Anankê – Promovendo Saúde Mental em Brasília desde 1991

Endereço:

SCRLN 712/713 Bloco C, Lojas 4 e 5 Brasília-DF CEP: 70.760-630

Centro de Convivência

 

Público Alvo

Pacientes com graves distúrbios psíquicos que necessitam de cuidados intensivos.

Objetivos

- Prestar atendimento psiquiátrico e psicoterápico a pacientes com graves distúrbios psíquicos que necessitem  de cuidados intensivos e contínuos.

- Manter o paciente em seu meio sócio-familiar evitando rupturas e isolamentos que redundem  na cronificação dos distúrbios.

- Resgatar a participação dos indivíduos na vida social, afetiva e laborativa.

- Prestar assistência às famílias levando-as a participar efetivamente do tratamento.

Como Funciona

O Centro de Convivência funciona de segunda a sexta feira de dez  às dezesseis horas, desenvolvendo rotineiramente uma série de atividades terapêuticas. Há um caminho a ser percorrido pelo paciente e sua família que vai do  acolhimento à alta.

1- Acolhimento

Esta fase é de fundamental importância para o início, a continuidade e a boa condução dos tratamentos. Trata-se dos primeiros contatos entre a equipe, o paciente e sua família que são marcados pela disponibilidade de escuta, pelo oferecimento de continência para afetos transbordantes e pela busca de estabelecimento de vínculos. Já neste primeiro momento procura-se auxiliar o paciente e sua família no “gerenciamento” da crise que gerou a demanda de tratamento.

Outro aspecto relevante que norteia estes primeiros encontros é a avaliação clínica preliminar que se decompõe em duas vertentes interligadas:

– Avaliação da situação clínica atual do paciente e dos níveis de continência e cuidados necessários. O encaminhamento imediato para o Centro de Convivência pode ocorrer já neste momento, a depender da avaliação clínica.

– Análise dinâmica do “adoecer” psíquico e da situação do sujeito no meio em que vive.

Ao término desta etapa que tem duração de mais ou menos duas  semanas, a equipe terá condições de delinear um primeiro “projeto terapêutico” para o paciente e sua família, fazendo as indicações e os encaminhamentos necessários.

 

2- Tratamento

Aqui discriminada apenas para efeito didático, vez que o acolhimento também é parte do tratamento, esta fase inicia-se pela execução do projeto terapêutico delineado, levando-se em conta as elaborações feitas em supervisões e reuniões com toda a equipe. O paciente é então convidado a participar de um dos grupos de psicoterapia e sua indicação inicial, que em geral, é de freqüência integral, é reavaliada. Seus familiares são também indicados a participar de um dos Grupos de Familiares.

As famílias, quando necessitarem de escuta e orientação, contarão  também com o apoio dos  terapeutas de referência que marcarão encontros sempre que necessário.

As manifestações do paciente quanto ao seu desejo de retomar suas atividades fora do centro são consideradas com especial cuidado e, sempre que possível, procura-se oferecer o suporte necessário para que esta retomada inicie-se.

Por tratar-se de uma instituição aberta, caminha-se entre os tênues limites da presença-ausência, continência-abertura. Estes parâmetros norteiam a organização do dia a dia no Centro. As atividades programadas ao longo da semana buscam estabelecer esta modulação.

Assim, no início, especialmente na segunda feira, elas têm um caráter mais acolhedor, voltando-se paulatinamente para fora ao longo da semana e culminando com as saídas de grupos de pacientes e terapeutas nas tardes de sextas feiras, como forma de preparação para o fim de semana.

Descreve-se a seguir as atividades desenvolvidas rotineiramente no Centro de Convivência e para as quais os pacientes são convidados e estimulados a participar.

Grupo de Acolhimento -  Realizado nas segundas feiras pela manhã, este grupo tem como foco principal  o acolhimento dos pacientes novos. Reúne-se todos os pacientes para apresentá-los e ouví-los falar sobre o que os trouxe aqui. Trocas entre estes pacientes, a equipe e os demais pacientes já se iniciam  e vínculos importantes vão se formando.

Os pacientes antigos também são re-acolhidos e têm seu lugar de fala sendo estimulados a compartilhar as experiências vividas fora da instituição.

Atividades Corporais - Direcionadas a trabalhar a expressão corporal para maior integração mente-corpo. A relação do sujeito com o seu próprio corpo e com o corpo do outro está estreitamente vinculada à maneira como este corpo é vivido psiquicamente. Pacientes com graves distúrbios psíquicos, quase sempre, apresentam severas dificuldades neste âmbito.

Teatro -  A criação coletiva dos textos, dos figurinos, dos cenários e tudo o mais que se faz necessário para a montagem de uma peça, é a marca desta oficina que busca a descoberta dos talentos e aptidões de cada paciente.

A Cia Teatral “O Desconhecido” que já se apresentou várias vezes no Teatro Nacional e em outros espaços culturais da cidade, volta agora com toda a garra para contribuir com a  luta diária pelos espaços de existência dos excluídos  para além dos ambientes institucionais.

Grupo Institucional  - Em que se discutem as regras de convivência, os conflitos e dificuldades surgidas no cotidiano, bem como, se apresentam propostas para superá-las. Participam  deste grupo: pacientes, terapeutas e funcionários. O trabalho deste grupo é fundamental para a consolidação da idéia de uma coletividade na qual se sustenta o trabalho terapêutico através do exercício cotidiano da convivência.

Jardins de dentro - Este é o espaço privilegiado de desenvolvimento de projetos individuais e ou coletivos. A ênfase, mais que em outros dispositivos, está no protagonismo dos pacientes, a partir da escuta de seus desejos e das possibilidades de sustentá-los e ou realiza-los.

Passeios - Grupos de pacientes e terapeutas saem nas tardes de sexta feira para atividades culturais e de lazer nos espaços públicos da cidade. Trata-se de experimentar concretamente as possibilidades de vida para além da Instituição.

Grupos de Psicoterapia - São espaços privilegiados de fala, escuta e elaboração psíquica. Coordenados por dois terapeutas, estes grupos se reúnem 1 vez  por semana. Trocas importantes e vínculos significativos são estabelecidos neste trabalho.

Grupos de Familiares - Reúnem-se uma vez por semana. São formados por familiares dos pacientes e coordenados por dois terapeutas. Estes grupos têm função terapêutica importante, vez que o estabelecimento de trocas, a circulação de afetos, a vivência de novos vínculos significativos, permitem novas atitudes e novas formas de lidar com o adoecimento psíquico.

Grupos de Medicação - São espaços privilegiados de fala, escuta e elaboração psíquica sobre as medicações e seus efeitos. São  coordenados por um médico e um técnico de enfermagem e se reúnem semanalmente.

Acompanhamento Psiquiátrico – Consultas médicas regulares, realizadas com o paciente e sua família, observação e acompanhamento diário no centro de convivência e nos grupos de medicação, bem como, trocas constantes com os  outros membros da equipe terapêutica, permitem um acompanhamento psiquiátrico ampliado que não leva em conta somente a eliminação dos sintomas mas também as potencialidades de reestruturação dos sujeitos.

Atividades não Estruturadas - No cotidiano do Centro combina-se o conjunto de atividades estruturadas, anteriormente descritas, com espaços livres, onde os pacientes possam, mais do que em qualquer outro momento, escolher o que fazer, mesmo que esta escolha seja "fazer nada".

Serviço de Plantão - Os pacientes e familiares em tratamento no Centro de Convivência contam com um serviço de apoio e atendimento às intercorrências nos finais de semana e feriados. Por meio de um telefone celular têm acesso ao terapeuta de plantão que, ao receber o chamado, toma as providências necessárias.

 

3- Alta

A alta é cuidadosamente preparada e feita processualmente, de modo que o paciente possa viver uma separação saudável, evitando-se as rupturas tão comuns em suas vidas. Na medida em que ele se encontra mais estável  e apresenta alguma condição de retomar sua vida fora da Instituição, sua indicação de frequência ao Centro é reduzida paulatinamente, até que ele possa se desvincular. Em alguns casos, os pacientes são indicados a retomar os vínculos terapêuticos existentes anteriormente. Em outros podem ser encaminhados para psicoterapia individual ou grupal  em nosso ambulatório.

A manutenção da referência institucional e dos vínculos terapêuticos e interpessoais criados é considerada de grande importância.

Existe por parte da equipe do Anankê, uma preocupação com o paciente após sua alta do Centro de Convivência. Há que se cuidar, em alguns casos, da reinclusão do indivíduo nas atividades geradoras de muita angústia. Contatos com as equipes de saúde dos locais de trabalho dos pacientes são fundamentais neste momento para promover sua reinserção no ambiente de trabalho.

 

A Equipe Terapêutica

É composta por profissionais de diferentes especialidades: psicólogos, psicanalistas, psiquiatras, técnicos de enfermagem e nutricionista. Todos  com formação e experiência em saúde mental.

As supervisões, as reuniões clínicas e de estudo de caso são consideradas de igual importância ao trabalho realizado com os pacientes. São nestas ocasiões que se constroem as condições necessárias à elaboração teórico-clínica e à direção e sustentação dos tratamentos.

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