Companhia Teatral

 

Pacientes, terapeutas e estagiários do Centro Clínico Anankê transformaram-se em atores na peça “Romeu e Julieta - Uma Ópera Rap”. Uma releitura nada convencional do romance de William Shakespeare.

A ideia começou a ser concebida durante a oficina terapêutica “Vivência Criativa”, em que é trabalhada a linguagem dramática como uma maneira dos pacientes experimentarem novas possibilidades de expressão. Um estímulo à criatividade.

O processo de criação, sempre coletivo, iniciou-se com a escolha do teatro musical como linguagem de expressão.

Foi decisiva para essa opção, a vivência musical de um paciente que tinha experiência com grupos de rap e admirável talento no beat box (habilidade que extrai sons das mãos e boca para cadenciar o hip-hop).

De teatro musical à ópera rap, foi um pulo. A escolha da peça “Romeu e Julieta” remeteu-nos a valores e sentimentos como a paixão e a violência, ícones desse texto de Shakespeare, identificado e transportado aos tempos atuais.

A recriação dessa famosa tragédia deu lugar ao drama urbano de uma favela tomada pela guerra entre o tráfico de drogas e a polícia.

O envolvimento de pacientes, terapeutas e estagiários foi intenso nos quatro meses de criação e produção da peça. As improvisações de rap, a pesquisa do repertório e as aulas de street dance conduzidas pelo professor de dança da oficina do corpo deram estrutura à ópera.

A confecção dos cenários, figurinos e adereços ficaram por conta da oficina de arte, em um movimento integrado entre os vários espaços terapêuticos.

O resultado foi um espetáculo em que elementos humanos e cênicos juntos proporcionam lirismo e emoção. Nenhum espectador saiu impassível ao que foi visto.

A estréia aconteceu em novembro de 2003 no teatro do Centro Cultural Brasília. A peça foi reapresentada no dia 28 do mesmo mês no palco do Espaço Cultural Renato Russo com grande sucesso.

A experiência bem sucedida fez surgir a Companhia Teatral “O Desconhecido” para possibilitar a continuidade de projetos dessa natureza.

Em maio de 2004, o espetáculo figurou como atração de abertura das comemorações da “Semana da Luta Antimanicomial”, sendo apresentado na sala Martins Pena do Teatro Nacional de Brasília.

A repercussão do sucesso deste trabalho fez com que a Companhia Teatral fosse convidada para compor a programação da 1ª Jornada de Arte e Loucura em Uberlândia–MG, apresentando a Ópera Rap em junho de 2004.

 

“Guerreiros do Sol”

É o segundo espetáculo da Companhia Teatral e teve sua estréia em maio de 2005 na sala Martins Pena do Teatro Nacional de Brasília. Foi reapresentado em maio de 2006 na sala Plínio Marcos do complexo FUNARTE em Brasília, quando foi gravado para o registro em DVD.

 

“A Casa Aberta – Loucuras do Cotidiano”

Foi a terceira criação da Companhia Teatral, assumindo o desafio de levar ao público, desta vez, uma comédia, gênero oportuno para se comentar o dia a dia da vida de todos nós. Estreou em dezembro de 2007 na sala Plínio Marcos do Complexo FUNARTE e foi reapresentada em mais duas temporadas na sala Martins Pena do Teatro Nacional de Brasília, em maio de 2008 e de 2009 obtendo, mais uma vez, sucesso de público e crítica.